segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Clara Nunes canta "Eu e o Rio"



Canção ao vivo na Rádio Bandeirantes de S.Paulo 1973.
Composição de Luiz Antonio em 1960.
Antônio de Pádua Vieira da Costa
16/4/1921 Rio de Janeiro, RJ
1/12/1996 Rio de Janeiro, RJ
Dados Artísticos

Sua primeira música gravada foi "Somos dois", um samba-canção em parceria com Klécius Caldas e Armando Cavalcanti lançado por Dick Farney pela Continental em 1948. A música fez grande sucesso, inspirando, inclusive, um filme homônimo, estrelado pelo próprio Dick Farney e, para o qual o compositor e os parceiros na música compuseram uma trilha sonora. Em 1950 compôs com Jota Jr. a "Marcha do vaqueiro" gravada pelo conjunto vocal Os Cariocas na Sinter. Em 1951, a cantora Marlene lançou "Tome polca", uma parceria com José Maria de Abreu e "Sapato de pobre", samba em parceira com Jota Júnior, ambos na Continental, Carmélia Alves lançou a batucada "Maria pouca roupa", parceria com Salvador Miceli e Elizeth Cardoso o bolero "É sempre assim", parceria com Jota Jr. No ano seguinte, obteve novos êxitos com as músicas "Sassaricando", marchinha em parceria com Jota Júnior e Oldemar Magalhães, composta para a revista "Eu quero sassaricar", de Valter Pinto e gravada pela vedete e cantora Virgínia Lane pela Todamérica, além de "Lata d'água", um samba em parceria com Jota Júnior, lançada por Marlene pela Continental. O samba foi inspirado em uma cena de morro presenciada pelos parceiros, então oficiais do Exército. Foi o grande sucesso do carnaval daquele ano e recebeu arranjo de Radamés Gnattali. Na mesma época, a vedete Virgínia Lane registrou as marchas "Banana", parceria com Jota Jr. e Paulo Gesta e "Balão".

Em 1953, obteve êxito com "Barracão", gravado pela cantora Heleninha Costa pela RCA Victor e com "Zé Marmita", um samba com tema que aborda o drama social dos operários "pingentes" dos trens da Central, que viajam pendurados para fora dos vagões. No mesmo ano, Ademilde Fonseca gravou o samba "Se Deus quiser". Em 1954, teve gravados os sambas "Patinete no morro" por Marlene; "Floresta de chaminés", por Carmélia Alves e "Arranha céu", este em parceria com Oldemar Magalhães, por Heleninha Costa. No ano seguinte, Jamelão lançou o samba "Bica nova", parceria com D. Palma e Elizeth Cardoso o samba "Subúrbio". Em 1956, Risadinha gravou o samba "Esquina da vida" e Dora Lopes o samba canção "Tanto faz", ambos de sua parceria com Ari Monteiro.

Em 1958, obteve outro sucesso com "O apito no samba", em parceria com Luís Bandeira gravado por Marlene no seu LP "Explosiva" pela Odeon e regravado depois, entre outros, por Gracinda Miranda e Trio Melodia e Os Vocalistas Modernos. A partir do fim dos anos 1950, começou a compor dentro de um estilo que a crítica batizou de "samba moderno" ou "sambalanço". Um desses sambas é "Recado" um dos mais gravados em 1959, por Maysa, Luís Cláudio, Luís Bandeira e outros, parceria com Djalma Ferreira, lançado pelo então "crooner" do grupo de boate Milionários do Ritmo, Miltinho. Seguiram-se "Cheiro de saudade", parceria com Djalma Ferreira e "Mulher de trinta" gravado por Miltinho em LP em 1960 e o samba-canção "Poema do adeus" lançado pelo mesmo Miltinho na RGE, em 1961. Ainda em 1960, Albertinho Fortuna gravou o samba canção "Menina moça" e Lana Bittencourt o samba-canção "Eu e o rio". Em 1961, Lana Bittencourt lançou os sambas "Poema das mãos" e "Amor, amor". Nesse ano, fez sucesso com o samba-canção "Eu e o rio" gravado por José Tobias e também por Miltinho e que recebeu gravações posteriores de Elza Soares, Walter Wanderley e Noel Guarani. Em 1962, o palhaço de circo Carequinha gravou o samba "O engraxate". A partir da década de 1960, compôs poucas músicas. Em 1973, Elizeth Cardoso lançou com sucesso "Eu bebo sim", uma parceria com João do Violão. Seu maior parceiro foi Djalma Ferreira com quem compôs, entre outras, "Recado", "Lamento", "Mulher de trinta" e "Poema do adeus". Em muitas de suas composições expressou a preocupação social com os desfavorecidos e em retratar a vida dos subúrbios da cidade do rio de Janeiro.

Rio, caminho que anda,
e vai resmungando, talvez, uma dor.
Ah! quanta pedra tevaste,
quanta pedra deixaste, sem vida e amor.
Vens, lá do alto da serra,
o ventre da terra, rasgando sem dó.
Eu também, venho do amor,
com o peito rasgado de dor e tão só;
Não viste a flor se curvar,
teu corpo beijar e ficar lá "prá" traz.
Tens a mania doente, de andar so "prá" frente,
não voltas jamais
Rio, caminho que anda,
o mar te espera, não corras assim
eu sou o mar, que espero,
alguém, que não corre "prá" mim...

Luiz Antonio (autor)

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